Andar pelo caminho do desapego

Andar pelo caminho do desapego

Última atualização: 08 abril, 2015

“Quanto mais apego você deixar cair pelo caminho, mais perto você estará de encontrar a si mesmo”

Walter Riso

A sociedade de consumo foi transformando tudo aquilo considerado como acessório em algo necessário e, esse último, em urgente e escasso. São vendidos ao público tanto produtos quanto ideias e formas de viver.

O sentimento de apego

Podemos sentir apego por pessoas, animais ou objetos pessoais dotados de algum valor sentimental, mas o apego não é somente isso. Apego também pode se referir ao acolhimento de nossas próprias crenças ou maneiras particulares de fazer as coisas, gerando um mal estar quando somos contrariados. Assim, nosso apego nos limita, causando, muitas vezes, situações de sofrimento e transformando nossa maneira de ver o mundo.

O apego é baseado no nosso medo e na insegurança e, essa última, na falta de conhecimento de nosso próprio “eu”.

Portanto, o apego seria um estado emocional de vínculo, em alguns casos, compulsivo a determinada coisa, pessoa, ou pensamento específico que gera, algumas vezes, a persistente crença de que é impossível viver ou ser feliz sem isso. Mas a felicidade não é aquilo que nos cerca, ou ao que podemos nos prender. A felicidade cresce de dentro para fora, escondida, muitas vezes, por trás dos pensamentos de nossa mente.

E no que consiste o desapego?

O desapego nos permite o relacionamento com tudo, porém sem causar dor e sofrimento. Consiste no desprendimento do nosso interesse pelo resultado, sem renunciar a intenção nem o desejo, nos submergindo no desconhecido, entrando no campo de todas as possibilidades.

O desapego implica viver no presente, no aqui e no agora, aceitando a realidade e os fatos da maneira como eles acontecem. Está relacionado com o desfrutar das coisas, sabendo que são transitórias, que não permanecem nem são estáticas. Tudo a nossa volta vai se modificando, inclusive nossa forma de ser, dependendo das experiências que vamos vivendo.

Praticar o desapego não quer dizer que deixamos de nos importar, mas sim que aprendemos a amar, a nos preocupar e a nos envolver sem gerar um profundo caos interno, esquecendo a necessidade de possuir algo para ser feliz.

Praticar o desapego é o caminho para a nossa liberdade, permitindo, também, que os outros sejam livres. É se liberar da rigidez, abrindo caminho para a flexibilidade e para as possibilidades. Desapegar-se é começar a descobrir a si mesmo, sem o obstáculo da segurança e da certeza.

O desapego implica compreender que as perdas acontecerão e serão inevitáveis. Que soltaremos a mão de quem amamos, mas sem deixar de amá-lo.

Créditos da imagem: ARJOON


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