A bondade não pede recompensa

A bondade não pede recompensa

Última atualização: 04 abril, 2015

Praticar a bondade não custa nada, contudo, as vezes se paga um alto preço. Quantas vezes fizemos algo por uma pessoa ou várias pessoas com a mais pura sinceridade e altruísmo, para depois descobrir que nossas ações foram encaradas de forma negativa ou até com desconfiança. Os exemplos em que se pratica a bondade e em troca se é prejudicado são inúmeros…

Diferença entre bondade e ingenuidade

A bondade não anseia receber nada em troca pelas suas ações, se exerce de forma livre e porque sente-se a necessidade e a vontade de ajudar, de oferecer seus próprios recursos, sejam pessoais ou materiais, a favor de outros seres. Mas isto não significa ser ingênuo. A sociedade em que vivemos hoje, fundamentada nos pilares do materialismo, parece ter estabelecido que toda ação requer uma recompensa. Se eu fizer alguma coisa, terei algo em troca. Mas se isso não ocorre, se eu não obtenho recompensa à minha ação, passa a existir uma fraude ou violação… Vem daí a triste concepção de que a pessoa que age por autentica bondade deve ser um ingênuo, se não pede nada em troca pelo seu esforço. Se olharmos no dicionário a palavra “bondade” se define como “aquela faculdade inata de fazer o bem, a ser compassivo, a ter um compromisso e solidariedade para com quem sofre ou está necessitado“. Sendo assim, aquela visão, mais materialista e tingida de egoísmo onde não se aprecia a quem age deste modo, deveria ficar ofuscada, porque a bondade é uma disposição à inteligência e aos afetos, para buscar o bem de todos e que todos nós deveríamos exercer.

A bondade, qualidade do ser humano

Costuma-se dizer que a bondade é uma qualidade do ser humano, e em muitas pessoas inclusive algo inato, mas seja como for – inata ou adquirida – não custa nada tentar transmiti-la às crianças desde bem pequenos. É uma ferramenta que lhe permite não só ser uma pessoa melhor, mas mais importante ainda, lhe dará a oportunidade de saber entender e compreender ao outro, de ser mais empático, de cooperar ao invés de agredir ou despreciar, lhe oferecerá uma atitude cooperante com a qual poderá enriquecer o mundo que o rodeia.

Quem age de modo indiferente com os seus não pode criar vínculos afetivos autênticos, deteriorando assim a sua própria qualidade de vida. Se você oferece rancor, terá rancor, se demonstrar indiferença receberá a mesma dimensão. Portanto, é necessário que essa visão desconfortável de que “quem é bom é ingênuo” vá se desintegrando de nossa sociedade para valorizar de uma forma mais justa e aberta todas essas ações que nos ajudam a ser um pouco melhores, sem esperar nada em troca; porque a bondade também é uma arte e uma forma de sabedoria muito simples e prática: as pessoas boas são sábias porque entendem que o que fazem pelos outros também o fazem por si mesmas. É como se, de alguma forma, se colocasse em prática aquele ensinamento “trate aos outros como você gostaria que o tratassem”, ainda que o problema parece encostar no fato de que em nossa sociedade, tendemos mais ao isolamento e a solucionar as coisas de forma individual. Quem sabe…

Agir com bondade sempre é necessário, nos enriquece por dentro neste mundo que, as vezes, nos apresenta tantas grosserias externas.


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