Como interpretar o desenho da família feito pelas crianças

Como interpretar o desenho da família feito pelas crianças

Última atualização: 16 fevereiro, 2022

Um dos desenhos que mais chama a nossa atenção é o desenho da família feito por uma criança. É com o desenho da família que ela mostra sua posição dentro do ambiente familiar, sua afeição e seus ciúmes.

Então, como podemos interpretar o desenho da família de uma criança?

Um desenho familiar pode nos dar pistas sobre a situação de uma criança em determinado momento da sua vida. Não podemos fazer um diagnóstico através de um simples desenho, mas ele nos traz informações que devem ser analisadas através de outras ferramentas. O desenho é importante, mas não define tudo. É uma expressão de sentimentos e de desejos que podem nos ajudar a interpretar como a criança se sente a respeito da família, da escola, etc.

Aspectos relevantes no desenho infantil

Os desenhos das crianças apresentam uma evolução, à medida que elas vão amadurecendo física e emocionalmente.

– Até os três anos é a fase da garatuja, que nos traz poucas informações. São simples riscos ainda desprovidos de controle motor. A criança desenha sem intenção, sem controle e de forma desordenada.

Entre os três e seis anos, tenta desenhar conforme sua realidade e percepção. Os desenhos já têm a intenção de reproduzir algo. Começa a usar o lápis mas desenha figuras humanas incompletas.

Entre os seis e dez anos, a criança é perfeitamente capaz de usar o lápis e seus “erros” podem ser interpretados a partir de um sentido emocional.

Depois dos dez anos de idade são desenhos importantes que nos mostram todo seu mundo emocional. Os desenhos dão uma impressão de profundidade e distância, e a criança dá bastante atenção aos detalhes e se torna exigente.  Nessa fase, sentem vergonha de mostrar seus desenhos.

Elementos para interpretação do desenho

Louis Corman iniciou os estudos do desenho da família. Outros estudiosos aperfeiçoaram sua teoria.

Nos desenhos de família são estudados os seguintes aspectos:

1. O nível gráfico

Não é analisado o valor estético do desenho, mas o tamanho das figuras, a forma e a pressão dos traços e o desenho como um todo.

A criança está equilibrada quando seu desenho é grande, com linhas contínuas, com a pressão dos traços adequada e no centro da folha. A figura retratada em tamanho maior e com mais detalhes é a mais importante.

2. O nível de conteúdo

É importante pedir para a criança desenhar “uma família” e não a “sua família”. Assim ela não se sentirá pressionada e mostrará no desenho como se sente.

É comum as crianças sentirem ciúmes de seus irmãos. Não colocam o irmão nos seus desenhos, somente ela e os pais. Quando perguntamos sobre seu irmão, dizem que saiu ou está dormindo.

Normalmente a criança se coloca no meio dos pais, porque é onde se sente mais segura. Não é raro colocar-se ao lado de um deles. Devemos então averiguar o motivo, se passa muito tempo com ele ou gostaria de passar.

A ausência do desenho das mãos em alguns personagens pode indicar falta de afetividade.

São os detalhes que mostram como o desenho é uma ferramenta importante entre a criança e o mundo adulto.

Imagen cortesía de Roberto Cacho


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