Déjà vu, a sensação de já ter vivido algo...

Déjà vu, a sensação de já ter vivido algo...

Última atualização: 24 fevereiro, 2015

Vamos ver um exemplo do que poderia ser um déjà vu:

Acompanhamos um amigo para ver o apartamento que alugou, chegamos a uma rua qualquer, de uma cidade qualquer, e temos uma súbita sensação: As árvores, a formato dos edifícios, o modo como o sol bate nas esquinas… Há algo que parece intimamente familiar e não conseguimos situar isso em nossa memória. Já estivemos nesse lugar antes? Não. É impossível! Essa é a primeira vez que vemos esse lugar. Então, o que está acontecendo em nosso cérebro?

1. Pesquisa científica

Nos últimos anos, o déjà vu foi submetido a uma série de pesquisas psicológicas e neurofisiológicas, que nos permitem ter alguns dados a respeito dele. A realidade é que esse fenômeno está aí, ele existe e sempre aconteceu em todas as culturas, em todas as épocas, e com o mesmo predomínio em homens e em mulheres. A única diferença a sinalizar se refere à faixa de idade (costuma acontecer com mais intensidade entre os 20 e 25 anos ). Também destaca-se o fato de que este fenômeno está mais presente em pessoas com um caráter mais sensível, ou indivíduos mais criativos e intuitivos.

A primeira explicação para se ter em conta é que o déjà vu não é um acontecimento sobrenatural. Os cientistas atribuem o déjà vu a uma sobreposição entre os sistemas neurológicos responsáveis pela memória de curto prazo (acontecimentos que são percebidos como pertencentes ao presente), e os responsáveis pela memória de longo prazo (acontecimentos que são percebidos como pertencentes ao passado). Em outras palavras, os cientistas explicam o déjà vu como um processo no qual a mente percebe o entorno, antes que esteja consciente dele.

Existe um estudo realizado por Akira O’Connor, da Universidade de Leeds, no qual foi analisado o caso de um homem de Sidney, um professor de literatura, cego desde seu nascimento, que manifestava ter contínuas sensações de “Déjà vu”. Suas experiências se baseavam em súbitas sensações de ir a um lugar novo pela primeira vez e “sentir” que já o conhecia, ou falar com pessoas desconhecidas e acreditar que já eram amigos há muito tempo. Essa pesquisa permitiu deduzir que o déjà vu não se baseia exclusivamente no canal visual, ou seja, quando vemos uma rua pela primeira vez nos sentimos atacados por uma série de sensações inexplicáveis, que talvez sentiríamos da mesma maneira se estivéssemos de olhos tapados.

Então, que outra explicação dar para o déjà vu?

2. Memória dos sonhos?

Hoje em dia a pesquisa prossegue no campo dos sonhos, em averiguar de que modo o cérebro “armazena ou reorganiza” as informações quando nos encontramos num estado de inconsciência.

É um campo de estudos realmente interessante, se levarmos em conta que não nos lembramos da maioria dos sonhos que temos a noite. Uma pessoa que dorme pode presenciar um grande desenvolvimento de atividades em zonas cerebrais, relacionadas com o processo da memória a longo prazo; sonhamos com viagens, com pessoas, com histórias estranhas e não muito lógicas…

É possível que cerca de 5% do que nos lembramos sejam apenas sonhos, não realidades. Sem dúvidas as pesquisas irão prosseguir. Enquanto isso, todos nós continuaremos experimentando esse fenômeno que nos intriga e desconcerta, porque…

Quem nunca sentiu um pequeno déjà vu?


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