Os filhos não são cópias dos pais

Os filhos não são cópias dos pais

Última atualização: 17 junho, 2015

Nossos filhos são – e ao mesmo tempo não são – extensões de nós mesmos. Eles são, no sentido de que herdam nossas características físicas e psicológicas; e não o são, no sentido de que o todo não é igual à soma das partes, o que faz com que cada indivíduo seja uma combinação única que deve ser honrada e respeitada.

Infelizmente, esta distinção nem sempre está tão clara, e alguns pais veem seus filhos como um espelho no qual querem se ver refletidos de forma idêntica. O resultado? Frustração em ambos os lados.

Observe-o e escute-o

O ideal é começar desde o nascimento do bebê, devemos vê-lo como um ser único, com identidade própria, digno de ser aceito incondicionalmente. Usando isso como um marco, é muito importante observar quais são as suas inclinações naturais.

Ele gosta de desenhar? Exponha-o a experiências que estimulem este talento, como comprar livros e materiais de desenho, levá-lo a exposições de arte adequadas à sua idade, inscrevê-lo em aulas ou oficinas de desenho …

Também é importante dialogar com os seus filhos a fim de ajudá-los a descobrir quais são as melhores formas de canalizar seus talentos e interesses. Por fim, reconhecer e elogiar as suas habilidades e realizações é um estímulo valioso para fazer florescer e frutificar seus preciosos dons naturais.

Sonhos não realizados

Desde cedo temos de estar atentos para não projetar nossos próprios desejos não realizados nos filhos. Por exemplo, há pais que talvez tenham o sonho frustrado de ser artistas famosos, e querem realizá-lo através de seus filhos. Então eles os submetem a uma dura rotina de aulas de atuação, de música, de dança, audições e outros, que não correspondem aos interesses, habilidades nem vocação de seus filhos.

No entanto, não se pode mudar de forma permanente o curso da natureza, sem que essa cedo ou tarde se rebele. Esta rebeldia pode assumir muitas formas, desde transtornos de ansiedade, de conduta ou baixo rendimento escolar, até abuso de drogas, depressão e suicídio, nos casos mais graves.

E a verdade é que não há necessidade de tanto sofrimento… apenas deixe-o ser o que ele quiser ser, ainda que não seja o que você sonhou para você. Melhor, procure canalizar seus próprios sonhos; a história está cheia de pessoas que realizam seus sonhos e metas em qualquer idade.

As odiáveis comparações

“Ele tem o mesmo temperamento rabugento de seu avô” ou “É idêntica a mim, não tem habilidade para os números” são exemplos de expressões comuns, capazes de limitar as expectativas que as crianças têm de si próprias. E embora haja semelhanças dentro da família, vale a pena esforçar-se para destacar o que torna cada filho único e irrepetível. Desta forma estaremos estimulando o livre desenvolvimento de todo o seu potencial sem desnecessariamente constrangê-lo com modelos alheios.

Embora seja um tanto clichê, também é verdade que os filhos não nos pertencem, são apenas um privilégio que nos é concedido para guiá-los temporariamente, para que cumpram sua missão única neste mundo. Por isso, como uma pequena caixa de surpresas, deixemos que exercitem seus talentos únicos um a um, confiando neles e permitindo-lhes criar o seu próprio caminho

Imagem cedida por Edgar Barany


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